20 de junho de 2014

A Culpa é das estrelas – o filme



Já havia lido por alto sobre a história do livro “A culpa é das estrelas”, mas ainda sim o filme me surpreendeu. A mensagem é estimulante, sensível, sem ser piegas ou algo parecido com autoajuda. O tema é pesado e triste, mas nem por isso a história é narrada de forma dramática. Ao contrário, o filme é leve e bem humorado, em alguns momentos, e profundo quando tem que ser.


Hazel é uma adolescente de dezesseis anos que tem câncer de tireoide com metástase nos pulmões. Até o encontro despretensioso com o também jovem Augustus Waters em uma reunião do Grupo de Apoio a Crianças com Câncer, a vida desanimada da adolescente se preenchia com livros, seriados na tv e estudo. E é justamente o encontro com o garoto bonito e espirituoso que faz sua vida ganhar... vida! Augustus aparece na reunião a pedido de seu amigo, mas ele está em remissão de um câncer há mais de um ano. Ao contrário de Hazel, o jovem busca intensidade e não transforma a doença em um fardo.


Desde o encontro, eles se aproximaram e aos poucos foram construindo uma relação afetuosa que, inevitavelmente, se transformou em paixão. Ela tentou resistir, porque se sentia uma granada a ponto de explodir a qualquer momento, ferindo as pessoas mais próximas. Mas ele mostrou que o que importava não era quanto tempo eles passariam juntos, mas como passariam juntos o tempo indeterminado.


E é aí que se tem a melhor metáfora da história como lição de vida. Depois de ceder e finalmente se apaixonar por Augustus, Hazel tenta demonstrar em uma lição matemática o significado do relacionamento dos dois. Entre 0 e 1, há infinitos números (0,12; 0,35...), assim como uma infinidade maior ainda entre 1 a 1 milhão. Portanto, eles conseguem viver seu conjunto infinito de números dentro dos poucos anos restantes.


A menina que inspirou o autor John Green a escrever o livro não viveu essa linda história de amor,
mas certamente impressionou Green com sua energia e espontaneidade. Era uma adolescente consciente de sua condição, mas nem por isso deixou a vida de lado, para sofrer com a doença. Ela foi diagnosticada em 2006 e, até 2010 (ano de sua morte), ela se expressou e ganhou espaço na internet, principalmente após ser conhecida pelo próprio John Green. Foi lançado esse ano (2014) o livro sobre Esther Grace Earl, reunindo suas cartas, contos e anotações de seus pais, como uma espécie de autobiografia. Ainda não li, mas deu vontade de conhecer mais sobre essa adolescente. O livro se chama “A estrela que nunca vai se apagar" (editora Intrínseca).

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