Assistir a um show de Caetano Veloso é um privilégio.
Assistir a um show de Gilberto Gil, outro privilégio. E quando reúne essa dupla
num show intimista, sem banda, só vozes e violões (e batuques de improviso)?
Daí você percebe que poucos shows são tão marcantes quanto esse.
Depois de passar por uma longa turnê pela Europa, passando
também por Israel, a dupla apresentou no Brasil o show “Caetano & Gil – Dois Amigos, um Século de Música”. De fato, o
título não poderia ter sido outro, porque o que ganha nesse show é justamente a
cumplicidade e sintonia que esses dois amigos têm em palco. Cada um brilhando
no seu tempo e ambos brilhando juntos. Foi bárbaro.
Um repertório eclético, passando por clássicos nacionais, como
“É luxo Só” de Ary Barroso, e internacionais, como “Tres palavras”. Mas sem
faltar sucessos “Coração Vagabundo”, “Tropicália”, “Terra”, “Sampa”, “Drão”, ‘Expresso
222”, “Andar com Fé”, “Domingo no Parque”, “Leãozinho”, “Filhos de Gandhi”,
fechando com “Aquele Abraço”.
O show foi no Circo Voador, o que tornou algo mais popular,
intimista e caloroso, com uma plateia carente de boa música brasileira. Pessoas
disputavam cada centímetro de um circo que ficou pequeno (claro, com ingresso
esgotado em poucas horas), mas todos empolgados a cada refrão conhecido. E na
música “Eu odeio você”, o coro foi direto, repetindo logo depois do refrão “Eu
odeio você, Cunha”. Caetano gostou tanto que acabou postando no seu perfil o
vídeo gravado no último show de domingo.
A sensação que tenho é que nossa geração é carente de
artistas como Caetano, Gil, Chico, Djavan, Milton, Gonzaguinha, Vinícius, Tom.
Talentos que, infelizmente, não encontramos nas novas gerações. Talvez seja por
isso que esses artistas conseguem passar por tantas gerações fazendo sucesso.
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