Chegou ao fim a rádio MPB FM 90.3 no dia 31 de janeiro de
2017. Uma emissora que valorizava nossa cultura popular brasileira, nossos
artistas, nossa música. Um veículo que divulgava trabalhos excelentes de
profissionais incríveis como o mestre Fernando Mansur, radialista, professor e
grande comunicador da era moderna do rádio.
Desde seu lançamento, na década de 2000 pelo Grupo O Dia, a
proposta da então Nova MPB FM foi inovar, abrindo espaço para verdadeira Música
Popular Brasileira, com multiplicidade de gêneros musicais. Ao contrário de outras
emissoras, que durante a programação maçante de músicas estrangeiras ainda
tocavam alguns sucessos nacionais, a MPB FM só tocava música feita por artistas
brasileiros.
Tive a oportunidade de ir em algumas gravações do programa
Palco MPB FM, com apresentação de Fernando Mansur. Um dos programas mais
significativos da emissora, que abriam espaço para artistas apresentarem seu
show, com uma hora de duração. Todos foram sempre muito animados. Outros
programas também marcaram, como Faro MPB e o Samba Social Club, aos finais de
semana, que tocava samba de raiz e trazendo novidades do mundo do samba.
Como jornalista, lamento profundamente o fim de um
importante veículo de comunicação. Mas como amante da boa música popular
brasileira, ouvinte de rádio e admirador de grandes artistas nacionais, fico
triste pela perda de um canal que transmitia bem-estar.
Ficamos órfãos.
Nas redes sociais, o anúncio do fim da rádio repercutiu
muito, e todos lamentavam com seus depoimentos pessoais de como a rádio fazia
parte do seu dia a dia. O sentimento é de perda mesmo.
Mesmo depois da venda de 50% da marca ao Grupo Bandeirantes,
em 2012, o combinado era que a identidade da programação fosse mantida até
certo tempo. Mas parece que esse período acabou e a Band decidiu encerrar as
atividades, passando a frequência para Band News (que continua também na 94.9
FM).
Em tempos de spotify, a crise chegou às emissoras de rádio.
Os antenados dirão que é a modernidade avassaladora, permitindo você criar sua
própria rádio, sua própria programação. Os saudosistas dirão que é o fim da era
do rádio de pilha, de rádio do carro, do som da sala, do “MPB FM. Todo mundo
Ama”.
Viva a Música Popular Brasileira. Viva MPB FM.
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