11 de setembro de 2010

Grupo Corpo e Musical Orfeu

Sempre quando vejo alguma peça interessante, um show bacana ou um filme que tem algo pra dizer, venho aqui rascunhar um comentário, geralmente positivo.

Desta vez, venho escrever dois comentários diferentes: um positivo e outro negativo.

Essa semana assisti à estreia do Grupo Corpo com apresentação espetacular, no Theatro Municipal do Rio, de "Ímã" + "Lecuona". No ano em que comemora 35 anos de companhia, o Grupo Corpo mostra em sua turnê 2010 o espetáculo inédito para os cariocas - Ímã (2009) - já que ano passado a turnê não passou pelo Rio; e a reapresentação de Lecuona de 2004. Vamos lá: o primeiro é o clássico balé contemporâneo: impressiona de início, mas depois cansa com seus movimentos repetitivos. A sincronia dos corpos em movimentos colados é perfeita e a coreografia é uma boa mistura de ritmos, acrobacias e, claro, dança propriamente dito.

Mas o grande momento mesmo é o segundo ato com a reapresentação de Lecuona - para muitos, o melhor trabalho da Companhia nos últimos anos, tanto que foi escolhido pelo público para fazer parte da turnê de comemoração de 35 anos. Com trilha de Ernesto Lecuona, as músicas carregadas de romantismo dramático, típico do sangue latino, transformam a dança a dois em uma entrega sensacional de corpos, banhados de muita sensualidade, paixão, ciúmes e outros sentimentos passionais. São boleros tangados, e outros ritmos latinos, muito bem coreografados, lembrando casais de dança de salão, com direito a vestido curto esvoaçante para as damas e sapatos de verniz para os cavalheiros.

Pena que a temporada no Rio só fica até dia 12 de setembro. Veja mais no site deles:
http://www.grupocorpo.com.br/

Já o segundo comentário é sobre o musical Orfeu, do salve-salve poeta Vinícius de Moraes, com trilha de outro salve-salve maestro Tom Jobim, e direção do respeitável Aderbal Freire-Filho. Até aí, você deverá pensar: são três nomes de peso, portanto, não tem erro, é sucesso garantido. Grande engano!

O musical impressionou na época que foi escrito e lançado em 1956, quando, pela primeira vez, um elenco formado só por atores negros encenou uma peça no pomposo Theatro Municipal do Rio. Desta vez, a peça deixa a desejar (e muito!) com um elenco fraco e despreparado. Com músicas tão belas, dentre elas "Se todos fossem iguais a você", "Esse Seu Olhar", e "Chega de Saudade", os atores são mais dançarinos que cantores (lembrando que se trata de um musical!!!), sem apresentar afinação suficiente para encantar o público, com duas exceções (apenas duas boas atrizes-cantoras em todo elenco). Longo, cansativo, confuso e forçado é o que o musical se resume, infelizmente. Só destaco a apresentação da banda que acompanha ao vivo o musical, com direção dos respeitáveis diretores musicais Jaques Morelenbaum e Jaime Alem. Achei as canções perdidas e, portanto, fora do contexto; a coreografia de Carlinhos de Jesus completamente batida com seu jeito malandro de ser bastante conhecido e uma atualização desnecessária da peça, com direito a traficantes e baile funk.

4 comentários:

Ju disse...

Realmente Orfeu foi um misto de atores desafinados e piadas clichês... uma pena!

Já o primeiro ato do corpo é muito interessante e cativante, mas se torna repetitivo no final. Já o segundo ato definitivamente é o ponto máximo da apresentação, cheia de sensualidade, figurinos escandalosos de tão lindos! O grupo corpo me fascina porque faz a dança parecer algo tão possível para qq um... eles deslizam pelo palco e seus gestos são tão naturais, que me sinto capaz de sair dançando que nem eles...

Mas basta tentar uma única vez, que se percebe a complexidade dos movimentos!

Assim como um jornalista tem a função de traduzir uma mensagem, uma notícia para o grande público, o dançarino tem essa função, de nos deliciar e fazer cada passo parecer mt fácil de ser repetido!

E que venham mais ingressinhos desses para gente, né? heheh

beijos,ju

Ju disse...

Realmente Orfeu foi um misto de atores desafinados e piadas clichês... uma pena!

Já o primeiro ato do corpo é muito interessante e cativante, mas se torna repetitivo no final. Já o segundo ato definitivamente é o ponto máximo da apresentação, cheia de sensualidade, figurinos escandalosos de tão lindos! O grupo corpo me fascina porque faz a dança parecer algo tão possível para qq um... eles deslizam pelo palco e seus gestos são tão naturais, que me sinto capaz de sair dançando que nem eles...

Mas basta tentar uma única vez, que se percebe a complexidade dos movimentos!

Assim como um jornalista tem a função de traduzir uma mensagem, uma notícia para o grande público, o dançarino tem essa função, de nos deliciar e fazer cada passo parecer mt fácil de ser repetido!

E que venham mais ingressinhos desses para gente, né? heheh

beijos,ju

railer disse...

eu lembro que a usiminas, em ipatinga, levava o grupo corpo pra nós, então estudantes, podermos assistir ao espetáculo de graça. eu adorava! faz tempo que não os vejo em cena. é uma boa dica.

quanto a orfeu, eu já não tinha vontade de ver e agora, lendo seu texto, tenho menos ainda.

railer disse...
Este comentário foi removido pelo autor.