O Rio se
tornou uma cidade conturbada e caótica no trânsito. Isto é fato. O que antes
era “privilégio” de São Paulo, a realidade já chegou à “Cidade Maravilha – purgatório
da beleza e do caos”. E o que fazer quando você passa horas inúteis parado no
trânsito infernal da cidade?
O trajeto
de minha casa para meu trabalho leva, em média, 20 minutos. Isto é, em
condições normais do trânsito. Mas constantemente esse mesmo trajeto vem
tomando pelo menos uma hora e meia no retorno do lar. Isso porque trabalho em
uma região que depende do bom fluxo das Linhas Amarela e Vermelha, além da
Avenida Brasil. Qualquer imprevisto, acidente, contratempo que ocorre em pelo
menos uma dessas vias, o caos se estabelece de forma irritante.
O mais
absurdo que vivi foi um engarrafamento que durou cinco horas (lembrando que são
apenas 20 minutos de casa para o trabalho!), quando resolveram pintar as faixas
na Linha Amarela, na época da visita do presidente americano Obama ao Rio.
A
realidade é que o brasileiro, no modo geral, já se acostumou com essa triste
rotina. Às pessoas já incluem nos seus horários o tempo médio gasto nos
engarrafamentos, o que implica, principalmente, nas atividades pós-expediente.
Você não consegue mais agendar um dentista, um médico ou qualquer outro
compromisso tendo a certeza que vai conseguir chegar na hora marcada.
Em uma
matéria da Petrobras Magazine, ela levanta a questão: “Quem precisa realmente
se mover? As pessoas ou os automóveis?”. O problema da mobilidade nos grandes
centros urbanos é crítico há anos e, sinceramente, independe de países
desenvolvidos ou não. Nova York tem um dos piores trânsitos do planeta (pelo
menos na ilha de Manhattan), mas em compensação existe uma fantástica rede de
metrôs que facilita a vida de muitos, principalmente de quem depende do
transporte público para trabalhar.
O que
falta no Rio é um planejamento urbano sério, integrado, que possibilite ao
cidadão opções de bons e eficientes meios de transporte, sejam barcas, ônibus,
metrô, trem ou expressos. Faltam também atitudes individuais, mas essas são
transformadoras quando há infraestrutura para isso. Caso contrário, quem pode
sair com seu carro, no conforto, nunca irá preferir enfrentar horas de
engarrafamento no aperto e no calor do ônibus, trens etc.
Em minha
empresa, mais especificamente onde trabalho, a solução encontrada para atender
um público grande em um lugar com pouquíssimas opções de transporte público foi
a contratação de empresas de ônibus de viagem exclusivos aos funcionários. São
diversas linhas divididas por áreas da cidade que atendem a todos. Isso inibe o
fluxo de veículos porque, neste caso, o indivíduo – além de pensar no coletivo
– prefere ir e vir confortavelmente no ônibus ao invés de se estressar no anda
e para do engarrafamento em seu carro.
Independente
disso, as pessoas se irritam com o tempo perdido no engarrafamento. Cada um
inventa sua maneira de passar o tempo. Nessas horas, qualquer ferramenta
digital é útil. Nunca a tecnologia foi tão a favor da vida urbana. Graças aos
Ipod, Ipad, Smartphones com redes sociais, TVs etc, o “passatempo da sua viagem”
está garantido. Pelo menos uma hora antes de partir, verifico se todas as
baterias estão devidamente carregadas, para agüentar as horas estressantes.
3 comentários:
Não vivo sem um livro na bolsa pra encarar o congestionamento. Mas quando não tem, vou den iphone mesmo. hehehe
Moro a apenas 7km do trabalho mas a Jardim Botânico andava tão caótica que agora pego o metrô (!!) e dou uma volta maior e ainda chego antes. Vai entender...
E o que mais vemos são pessoas sozinhas em carros enormes. Ai, eu prefiro ir de transporte público e poder ler, dormir, fazer o que dá na telha.
(ps: mas estou esquematizando de vir de bike... Acho que vai ser melhor em dobro)
amiga, se eu pudesse ir de bike pro trabalho nao pensava duas vezes. Época de faculdade, fazia isso direto, quando me mudei para casa da minha avó. Tô adorando sua participação aqui no blog!!! Bjs
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