13 de fevereiro de 2012

O tal do remedinho


Whitney Houston acaba de entrar no seleto grupo de artistas que morreram inesperadamente porque abusaram de... medicamentos. Ao lado dela, juntam-se Michael Jackson, que morreu com overdose de Propofol, além do ator Heath Ledger, encontrado morto em seu apartamento em 2008, também por abuso de medicamentos (mistura de oxicodona, hidrocodona, diazepam). Ainda não se sabe a causa real da morte de Amy Winehouse, mas essa possibilidade não foi descartada.

O que chama atenção é o motivo pela qual esses artistas – com uma longa trajetória de abusos, principalmente de drogas pesadas – têm suas vidas rompidas, sem mais sem menos. Ok, o abuso de medicamento é tão perigoso quanto overdose de drogas e bebidas. Mas é como se contássemos uma história triste de um paciente que conviveu anos com uma doença incurável, fez mil tratamentos, realizou várias cirurgias, teve sua vida limitada, sem poder planejar um futuro digno por conta da tal doença e acaba morrendo... atropelado.

O “tal do remedinho” nos faz pensar que são pessoas que viveram normalmente, como todos nós, sem exageros, sem intensidade, sem noites regadas a muito álcool e cocaína, e que em uma infeliz noite resolveu tomar remédio além da dose certa para “relaxar” um pouco e acabou morrendo.

Não quero dizer aqui que essas pessoas morreriam cedo de qualquer maneira por conta dos abusos, muito menos que mereciam morrer. Absolutamente! Fico triste do mesmo jeito, porque são pessoas com grandes talentos e partiram de forma precoce. De fato, são pessoas que mereciam cuidados médicos especiais, um acompanhamento psicológico, quiçá psiquiátrico pelo histórico que conhecemos.

Somos pegos de surpresa, porque são mortes estúpidas, que com certeza poderiam ser evitadas. Contudo, deparamos com situações extremas, de pessoas que chegaram ao fundo do poço, capazes de aumentar, por conta própria e de forma descontrolada, suas doses de relaxantes, calmantes e entorpecentes com um único motivo: tentar burlar o que é inevitável - a vida! Eles buscavam a fuga, às vezes, inconscientemente, daquilo que era impossível fugir.

Muitos vão dizer: “mas eles são artistas. Artista é assim mesmo, vive em outro mundo”...

Um comentário:

railer disse...

infelizmente parece que, mesmo com outros seguindo este caminho, as pessoas não aprendem...