12 de julho de 2011

Meia noite em Paris - filme


Esse cartaz tem muito mais a ver com a história do filme
Eu fui muito empolgado para assistir esse novo filme de Woody Allen, muito bem recomendado. A história é interessante, mas confesso que fiquei um pouco decepcionado. Não que a fantasia de Woody Allen seja incômoda para mim, porque afinal de contas quem já lhe conhece não pode esperar outra coisa. Mas o fato de misturar passado, literatura de alto nível, com uma história superficial no presente não combinou.

Os filmes de Woody Allen têm outro tempo, outro ritmo. Nesse, em especial, achei arrastado demais. Podia ser um pouco mais dinâmico. O fato é que Allen, que escreveu e dirigiu, apostou numa fantasia gostosa para quem curte arte – literatura, música e pintura – do início do século passado, tendo Paris ainda como pano de fundo. Cenário maravilhoso, personagens fantásticos e uma história fraca e insossa.

Gil é um bem-sucedido roteirista de Hollywood, que é um apaixonado por uma Paris da década de 20, e se encontra na cidade luz acompanhando sua noiva, os futuros sogros e um casal de amigos (da noiva). Ele está escrevendo um romance e sua paixão por Paris lhe faz pensar em se mudar para cidade. Em uma noite perdida pelas ruas de Paris, ele ganha uma carona de um carro bem antigo e tem a sorte de encontrar artistas como Scott Fitzgerald, Cole Porter e até Salvador Dali numa viagem ao passado. Essa parte lúdica é o que realmente vale a pena do filme. Aliás, sinceramente, ele poderia ter se perdido para sempre no tempo, porque os personagens do presente são todos chatos e repetitivos.

Para quem conhece Paris, vale a pena rever lugares fantásticos, que aparecem todo instante durante o filme. Mas chega ser engraçada a forma como Woody Allen passa para seus filmes seu olhar turístico. Nesse filme, principalmente, ele passa alguns bons minutos iniciais só mostrando paisagens da cidade ao som de um disco velho. Depois de Paris, Espanha (com Vicky Cristina Barcelona) e em breve na Itália (cenário de seu próximo filme), Allen não descarta a possibilidade de vir filmar aqui no Rio. Como será o olhar “woodylense” sobre nossa cidade?

2 comentários:

railer disse...

também gostei do filme.

mário, vc tem twitter? qual seu email? vamos marcar um papo ao vivo aqui no rio!

rafael disse...

eu me pergunto se você estabelece alguma diferença entre "superficialidade" e "simplicidade" - reparei que você também fala em "superficialidade" do filme "tango", muito embora o personagem-diretor no filme fale em "simplicidade". será que você concorda que há uma diferença entre essas palavras quando faz as suas críticas?

será, ainda, que cabe ao crítico dizer qual ritmo é mais apropriado?

será que o filme do woody allen é só uma fantasia gostosa? quero dizer, você, que escreve críticas de filme, não vê nada sobre crítica literária ali?

enfim, você acha a história superficial; mas, quando escreve a sua crítica, você gira em torno da narração dessa história superficial; assim, será que você não está se deixando degenerar por essa superficialidade?